Após solicitação feita ao Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), uma equipe de pesquisadores do Laboratório de Arqueologia e Paleontologia, LABAP da Universidade Estadual da Paraíba recebeu autorização para prospectar e escavar, realizar salvamento arqueológico e educação patrimonial na região polarizada pela Itacoatiara do Ingá.
A solicitação feita ao IPHAN ocorreu devido ao desprezo visto em vários locais arqueológicos da Paraíba, dentre eles a Itacoatiara do Ingá. Neste último caso, já há algum tempo são registrados atos de vandalismo e falta de cuidados com o patrimônio local, o que fez com que os pesquisadores da UEPB fizessem uma denúncia junto ao IPHAN e Ministério Público Federal, para que fossem tomadas as providências cabíveis.
As Itacoatiaras do Ingá e o seu entorno guardam segredos ainda não conhecidos e os registros gráficos daquele monumento correm sérios riscos de desaparecer. É o que afirma o arqueólogo, professor de História da Universidade Estadual da Paraíba e coordenador do Laboratório de Arqueologia e Paleontologia – LABAP/UEPB, Juvandi de Souza Santos.
“Nas últimas semanas, novas gravuras foram talhadas no imenso bloco suporte, só que não foram os nossos antepassados que realizaram tais gravações, mas atos de vândalos que maculam tão rico monumento”, afirmou o professor. Porém, esta depredação não é tão recente. Já há algum tempo vêm se registrando vandalismos e falta de cuidados com o patrimônio local.
Tal destruição é lamentada não só por especialistas, que conhecem o valor histórico das inscrições, mas também pela população local. Há um ano atrás, alunos do ensino médio da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Luiz Gonzaga Burity, em Ingá, numa atividade desenvolvida para a Feira de Ciências da escola, fizeram um vídeo que mostrava o vandalismo nas pedras e a falta de cuidado dos turistas.
“Se me perguntam se sou favorável à abertura daquele e de outros locais que guardam vestígios dos nossos antepassados para a visitação turística, sou radical: no momento não. Mas a partir do momento em que a legislação for cumprida, que pessoas qualificadas e instituições sérias assumam o gerenciamento desses locais, aí sim, serei de acordo com a abertura a visitação de forma sustentável e com fins educacionais”, opinou Juvandi.
Nos últimos dias, o LABAP recebeu fotos da Itacoatiara do Ingá com novas gravuras desenhadas, demonstrando o grau de descaso a que chegou o patrimônio arqueológico do lugar. O Mini-museu de Ciências Naturais existente no local tem sofrido o mesmo destino: outra foto mostra que o próprio “guardião” do museu faz uso de material arqueológico para segurar papéis, prova do destino que tem se dado ao patrimônio cultural do país.
Devido ao desprezo visto em vários locais arqueológicos da Paraíba, a UEPB, por meio do LABAP, solicitou autorizações junto ao Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) para prospectar e escavar sítios arqueológicos em vários municípios do Estado. O Laboratório tem autorização do IPHAN para estudar, principalmente via escavações arqueológicas, monumentos que pertencem ao povo do município e que servem para contar a história da região.
“É nosso objetivo, em 2009, efetuarmos ao menos três escavações em sítios arqueológicos no município de Campina Grande: um tanque pleistocênico que fica localizado nas proximidades da Itacoatiara do estreito; um levantamento com sondagem arqueológica no antigo Cassino El Dorado e outra atividade no antigo Paço Municipal, ao lado da Catedral, onde hoje há um estacionamento. Ali funcionava a antiga Câmara Municipal de Campina Grande. Tudo isso visa mostrar ao povo da região quão grandioso foi o nosso passado”, disse Juvandi. No caso da Itacoatiara do Ingá, o LABAP está fazendo a denúncia junto ao IPHAN e ao Ministério Público Federal, para que estes órgãos federais tomem as providências cabíveis.
Itacoatiaras de Ingá: preservação histórica
Clovis Lima, em seu artigo, “As Itacoatiaras de Ingá”, datado de 1953 e publicado na Revista do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, afirmou que “O monumento do Ingá é um filho do passado – marco de uma grande antiguidade”. Há meio século, a Pedra Lavrada do Ingá já chamava a atenção de cientistas e curiosos. Desde esse período, já havia a preocupação com o desgaste natural e antrópico do monumento.
As Itacoatiaras de Ingá são uma série de blocos de gneiss que cortam o rio do mesmo nome, trazendo esculpidas na rocha inscrições rupestres que desafiam o mundo científico há décadas. Únicas no mundo, as Itacoatiaras são visita obrigatória para os turistas.
Para alguns arqueólogos de renome nacional e internacional, as itacoatiaras da fazenda Pedra Lavrada, em Ingá, constituem as inscrições pré-históricas mais importantes do mundo, entre as não devidamente estudadas. Ainda não decifradas, estas inscrições representam monumento arqueológico de grande valor. Sua origem é totalmente desconhecida, aventurando-se a possibilidade de terem sido talhadas por indígenas, por fenícios ou por outros povos.
As pedras mostram, na sua superfície, inscrições rupestres cuja autoria já foi atribuída a fenícios, índios de cultura avançada e extraterrestres. Os partidários desta última teoria apóiam-se no fato de uma pedra mostrar um desenho que parece uma cópia da Constelação de Órion. Em outras, há símbolos que lembram homens, mulheres, bichos e barcos. Uma das pedras, que emite sons metálicos parecidos com badaladas de um sino, é mais um mistério, pois, segundo pesquisas, a pedra não é oca.
Da assessoria de imprensa da UEPB
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Visitado no dia 26 de julho de 2009.
A solicitação feita ao IPHAN ocorreu devido ao desprezo visto em vários locais arqueológicos da Paraíba, dentre eles a Itacoatiara do Ingá. Neste último caso, já há algum tempo são registrados atos de vandalismo e falta de cuidados com o patrimônio local, o que fez com que os pesquisadores da UEPB fizessem uma denúncia junto ao IPHAN e Ministério Público Federal, para que fossem tomadas as providências cabíveis.
As Itacoatiaras do Ingá e o seu entorno guardam segredos ainda não conhecidos e os registros gráficos daquele monumento correm sérios riscos de desaparecer. É o que afirma o arqueólogo, professor de História da Universidade Estadual da Paraíba e coordenador do Laboratório de Arqueologia e Paleontologia – LABAP/UEPB, Juvandi de Souza Santos.
“Nas últimas semanas, novas gravuras foram talhadas no imenso bloco suporte, só que não foram os nossos antepassados que realizaram tais gravações, mas atos de vândalos que maculam tão rico monumento”, afirmou o professor. Porém, esta depredação não é tão recente. Já há algum tempo vêm se registrando vandalismos e falta de cuidados com o patrimônio local.
Tal destruição é lamentada não só por especialistas, que conhecem o valor histórico das inscrições, mas também pela população local. Há um ano atrás, alunos do ensino médio da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Luiz Gonzaga Burity, em Ingá, numa atividade desenvolvida para a Feira de Ciências da escola, fizeram um vídeo que mostrava o vandalismo nas pedras e a falta de cuidado dos turistas.
“Se me perguntam se sou favorável à abertura daquele e de outros locais que guardam vestígios dos nossos antepassados para a visitação turística, sou radical: no momento não. Mas a partir do momento em que a legislação for cumprida, que pessoas qualificadas e instituições sérias assumam o gerenciamento desses locais, aí sim, serei de acordo com a abertura a visitação de forma sustentável e com fins educacionais”, opinou Juvandi.
Nos últimos dias, o LABAP recebeu fotos da Itacoatiara do Ingá com novas gravuras desenhadas, demonstrando o grau de descaso a que chegou o patrimônio arqueológico do lugar. O Mini-museu de Ciências Naturais existente no local tem sofrido o mesmo destino: outra foto mostra que o próprio “guardião” do museu faz uso de material arqueológico para segurar papéis, prova do destino que tem se dado ao patrimônio cultural do país.
Devido ao desprezo visto em vários locais arqueológicos da Paraíba, a UEPB, por meio do LABAP, solicitou autorizações junto ao Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) para prospectar e escavar sítios arqueológicos em vários municípios do Estado. O Laboratório tem autorização do IPHAN para estudar, principalmente via escavações arqueológicas, monumentos que pertencem ao povo do município e que servem para contar a história da região.
“É nosso objetivo, em 2009, efetuarmos ao menos três escavações em sítios arqueológicos no município de Campina Grande: um tanque pleistocênico que fica localizado nas proximidades da Itacoatiara do estreito; um levantamento com sondagem arqueológica no antigo Cassino El Dorado e outra atividade no antigo Paço Municipal, ao lado da Catedral, onde hoje há um estacionamento. Ali funcionava a antiga Câmara Municipal de Campina Grande. Tudo isso visa mostrar ao povo da região quão grandioso foi o nosso passado”, disse Juvandi. No caso da Itacoatiara do Ingá, o LABAP está fazendo a denúncia junto ao IPHAN e ao Ministério Público Federal, para que estes órgãos federais tomem as providências cabíveis.
Itacoatiaras de Ingá: preservação histórica
Clovis Lima, em seu artigo, “As Itacoatiaras de Ingá”, datado de 1953 e publicado na Revista do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, afirmou que “O monumento do Ingá é um filho do passado – marco de uma grande antiguidade”. Há meio século, a Pedra Lavrada do Ingá já chamava a atenção de cientistas e curiosos. Desde esse período, já havia a preocupação com o desgaste natural e antrópico do monumento.
As Itacoatiaras de Ingá são uma série de blocos de gneiss que cortam o rio do mesmo nome, trazendo esculpidas na rocha inscrições rupestres que desafiam o mundo científico há décadas. Únicas no mundo, as Itacoatiaras são visita obrigatória para os turistas.
Para alguns arqueólogos de renome nacional e internacional, as itacoatiaras da fazenda Pedra Lavrada, em Ingá, constituem as inscrições pré-históricas mais importantes do mundo, entre as não devidamente estudadas. Ainda não decifradas, estas inscrições representam monumento arqueológico de grande valor. Sua origem é totalmente desconhecida, aventurando-se a possibilidade de terem sido talhadas por indígenas, por fenícios ou por outros povos.
As pedras mostram, na sua superfície, inscrições rupestres cuja autoria já foi atribuída a fenícios, índios de cultura avançada e extraterrestres. Os partidários desta última teoria apóiam-se no fato de uma pedra mostrar um desenho que parece uma cópia da Constelação de Órion. Em outras, há símbolos que lembram homens, mulheres, bichos e barcos. Uma das pedras, que emite sons metálicos parecidos com badaladas de um sino, é mais um mistério, pois, segundo pesquisas, a pedra não é oca.
Da assessoria de imprensa da UEPB
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2 comentários:
Rui, esse seu interesse pela historia do Inga é de suma importancia, almejo que as autoridades lhe dêem a devida atenção.
vavadaluz
Rui,quero Parabénizar-lo pelo fantástico trabalhado realizado,espero que reconhecido....
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